quarta-feira, 3 de junho de 2015

Astronomia

Existem pessoas que são como a lua cheia: brilham apenas no escuro; emulando, refletindo, tomando como sua a luz dos outros. Quando vistas ao lado daqueles que têm luz própria - de um sol -, empalidecem tal qual o céu de um dia de outono, comovendo as pessoas deste modo: "Nossa, como aquele brilharia bem na escuridão!". 

Pois bem! 

Eu sou aquele sol! Uma distância segura de mim se faz necessária: perto demais minha força faria cinzas de gente pequena; a uma distância generosa, faria bem aos que se fartam da minha luz e calor; a uma certa distância - como as coisas da memória - brilharia como uma estrela em céu noturno e talvez nem me permitisse mostrar a alguém se ainda vivo... 

No vosso outono, me afasto; vou queimar sozinho em algum outro canto, mas, deixo a vocês de presente, pois sou generoso, o conhecimento de um inverno. O meu orgulho me leva, a minha vaidade traz-me de volta, dado o vosso anseio genuíno por calor! 
 
Agora, vejam bem: existem estrelas de várias grandezas: perto de um Nietzsche, por exemplo, sei que me assemelharia a um grão de fuligem incandescente que escapa de uma gigantesca fogueira.

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