terça-feira, 19 de abril de 2016

Frustrados do Bolsonaro

Em questões de psique e intelecto — de "espírito", em termos nietzscheanos — essa molecada que curte o Bolsonaro — um bobo-da-corte-militar, desprezível e desprezado, tido como uma excrescência desde sempre; agora apresentando uma circunspecta reverberação em bolsões de ressentidos das mais novas gerações — tem a profundidade de um — cuspe [não espero, não quero perdão pelo trocadilho!]. 

Atacam a diversidade sexual e o feminismo para afirmarem, ao menos perante si mesmos e seus pares, a sua (ó, tão frágil!) virilidade. 

Não é despropositado que o próprio deputado tenha dedicado seu voto ao mais notório torturador da ditadura — lembrando o teor inimaginável de violência sexual de toda a tortura, de modo a destruir por absoluto a personalidade do torturado pela sua base, a "libido", a vontade de vida.

Vou me furtar de sujar meu texto com os relatos podres das torturas de teor sexual, muito embora recomende a leitura a todos para ampliar o vosso conhecimento sobre o tema. Quem quiser que abra o capítulo 10 do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, "Violência sexual, violência de gênero e violência contra crianças e adolescentes".

Voltando à corja do deputado inominável: são impotentes, não podem satisfazer suas vontades porque têm vergonha delas (não aceitam suas próprias tendências homossexuais; ou ainda sua monstruosidade incontornável, que, com seu aroma podre e aspecto de flor carnívora, espanta qualquer colorido ser alado que possa seduzir para a vida com seu voo sensual... ah, virtudes apolíneas femininas!) e, contudo, torturam sua vergonha até ela, desfigurada, fingir ser, se passar por orgulho para ser exibida ante o mundo...

Ao menos Nietzsche era honesto na sua (contraditória, como tudo nele o é) misoginia — está lá no "Além do Bem e do Mal": ele sabia que eram apenas as suas verdades —, talvez, o exemplo, caso comum de ressentimento por um terrível amor não correspondido.

E até que algumas das suas provocações são deveras divertidas [pelo menos para mim...], principalmente tendo em mente aquela espécie asquerosa de mulher machista, que chama a si mesma de "feminista radical" (já o disse uma vez: chama raiz às pontas dos galhos):

"Como voa para longe o tédio quando um homem nos faz o assédio!".
[1ª das 7 máximas de uma mulher, "Além do Bem e Do Mal"]

Ou, com alguma liberdade, em outros termos:

"Como voa para longe o "frustrado" quando bato palmas para o Bolsonaro!"