domingo, 19 de abril de 2015

Anedotário

Tenho uma harmonia guardada há tempos na cabeça.
Tentei encaixar umas coisas que havia escrito, mas não consegui desenvolver.

Em mim, a música é um instrumento psicológico - às vezes com mais, outras vezes com menos consciência -, como um vaso que transborda com uma última gota, desfazendo uma tensão que, em momento oportuno, tornará a crescer: aquilo que dele verte é a minha música.

Algumas ideias germinam, crescem, acumulando força até florescer; algumas situações, experiências marcantes, profundas, que se vestem de poesia - aquela força apolínea - e celebram jubilosa união com a melodia: desta aliança é gerada a canção.

Estive há pouco brincando com o baixo e a guitarra. Dedilhei a tal harmonia e, de repente, via uma luz, uma claridade que cegava - a força criadora de imagens me tomou de assalto e escrevi em não mais que 5 minutos toda a letra. Esse fluxo torrencial é evento raro - nós, humanos, como reflexo da força artística que irrompe da própria natureza, emulamos os ciclos vitais - lembro de escrever "Pra Ser Verdade" 9 anos atrás sob este mesmo signo.

Há vida! Ainda bem que existe a música!

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