sábado, 12 de outubro de 2013

Cultura no Ônibus

Em homenagem à iniciativa do Sr. Antônio da Conceição Ferreira [culturanoonibus.blogspot.com.br/].
Lembro de ver reportagens sobre ele lá por 2009... em junho de 2011 (ou 2012? Já nem lembro), um dia voltando da UnB pro Guará, já perto de terminar a monografia, pego um ônibus em que ele estava de cobrador. Eu o reconheci, puxei assunto, ele se alegrou, mas parecia que o projeto já não tinha vingado, infelizmente. Tem um custo alto o aluguel do espaço onde ele guarda os livros e, aparentemente, não recebeu nenhum apoio institucional - seja do governo, seja da Viplan (o que esperaríamos da VIPLAN???).

De todo modo, me enfurece ver essas "Tvs de Ônibus" que ficam passando notícia de "gente famosa" e horóscopo cigano (!!!) e que, SEM DÚVIDA, têm um custo de implementação, enquanto um projeto tão simples de se realizar como o do sr. Antônio, que humaniza o acintoso transporte público do DF, foi completamente esquecido pela sociedade...

Eu, que além de brincar de ser professor de geografia nas horas úteis, tenho uma brincadeira muito séria também com a arte, só poderia ter feito uma singela homenagem a esse cidadão!
Juliano B.



Memento Mori: Orgânico

Capa
Concreto Armado - Baixe aqui: Orgânico (2011)

 Há dois anos passei por um contexto de estresse que me levou ao delírio - que durou alguns meses - de ter certeza de que eu estava na iminência da morte. Bem, a morte é a única certeza da vida de qualquer um. E é sempre bom saber que ela está mesmo por perto, pra ficar esperto. Afinal, pra morrer basta estar vivo. Além disso, minha imunidade baixou consideravelmente, me levando a duas gripes em pouco mais de um mês, uma distensão da coxa e as dores inacreditáveis no joelho que viriam depois que comecei a correr, já no final de 2011. Então, naquele momento delicado, buscava refinar minha proposta estética - unindo as assinaturas de "Juliano Berquó" e "Concreto Armado" em uma só: a do Concreto Armado, como minha máscara final. Foda-se porque faço canção. Simplesmente faço-as. E, mesmo que eu morra agora, deixarei aqui minha marca, marco posição estética/política. Abaixo, seguem a lista das canções do projeto e a resenha escrita em 2011.
J. B., 12/10/13. 

Contra-capa
Baixe Aqui: Orgânico
41'43''
"Concreto Armado" é o nome-fantasia para todas as letras, todas as músicas [2011, exceto as faixas 2 (2005); 3, 4 e 5 (2006); 1 e 6 (2007)]; voz, guitarras, baixo, percussão, teclados e bateria eletrônicos (Piano Eletrônico 4.3); edição e efeitos de áudio; fotos e edição de capa e encarte, febre e dores de cabeça: Juliano Berko.

Não tem nada (muito) a ver com intelectual orgânico, talvez com biopolítica. "História Social da Ciência e Tecnologia" é uma disciplina de pós-graduação da UnB lecionada pelo senhor Cristovam Buarque, inspira a canção. A colagem da contra-capa tem, dentre outras, figuras de lixeiras e alertas de caminhões de lixo, cujas caçambas, ao abrir, podem matar esmagado quem estiver perto (o trabalhador). A caveira, de alerta de choque elétrico, é do prédio da FIOCRUZ no campus Darcy Ribeiro. Fotografei-a quando ali me abriguei de uma tempestade novembrina. "Crescer por crescer é a filosofia do câncer" eu retirei de uma palestra do prof. Ladislau Dowbor que, por sua vez, se referia a uma manifestação estudantil de uma "faculdade do interior de São Paulo" (Dowbor, "Economia Solidária", 2009). Depois, descobri ser de autoria de um intelectual estrangeiro, Edargd H.: "Growth for growth sake is the ideology of cancer cell". 

Arte do CD
Este disco é um delírio. Um pesadelo noturno, sonhava com violência urbana e lutas corporais. É um só e são várias paixões: sonhava com beijos em bocas nunca antes vistas. Mas eram noites diferentes. Este disco também é bem vivo, acordado. Material e materialista: Feito de plástico, silício, raiva, tesão, e demais sublimidades. Feito pra lembrar que a gente ainda é humano. Este disco não é meu, Juliano Berquó, é uma reação ao mundo que me cerca, um grito que pede (implora?) companhia. Este disco é nosso. É do concreto armado. "Onde Estou"?! Este disco é um absurdo!
Juliano Berquó Camelo.
Maio/2011
Email: julianoberko@gmail.com
Tel. Celular: (061) 85156753