domingo, 19 de dezembro de 2010

Pra Longe do Sertão

Olá!

Pra fechar o ano, canto uma viagem (ou uma fuga, depende do ponto de vista) e aqui a divido com os presentes. Chama-se "Pra Longe do Sertão", algo que eu escrevera despretensiosamente nos fins de 2005, tendo musicado por volta de 2007 e gravado em setembro de 2010. A ideia era que fosse uma coisa que lembrasse um baião... Queria lembrar o valor da nossa cultura nacional, além de que sempre me fascinou a estrutura melódica e rítmica da música nordestina.

Fica então aqui registrada.

Pra Longe do Sertão by JulianoBerquo

Pra Longe do Sertão

Eu sou pobre
Eu sou rico
de espírito.

Eu sou bandido
Eu fui banido
do paraíso.

Eu quero ir embora
Pra bem longe do sertão
Eu quero fazer isso
Pra curar meu coração.

Na mala eu levo uma certeza:
Por aqui não se vê mais estrela.


Juliano Berquó.

sábado, 13 de novembro de 2010

Por ventura, a técnica

Olá!

Hoje venho falar um pouco da minha área de atuação. Pra quem não sabe, quem cursa geografia, pode ser professor (que é o meu objetivo) mas também tem algumas outras possibilidades de atuação no mercado de trabalho. Uma delas é a cartografia. Eu sempre gostei de mapas, desde moleque. Cheguei a desenhar alguns mapas temáticos quando garoto, nada que eu imaginasse fazer profissionalmente um dia. Hoje em dia, o faço, apesar de o fazer com certo desgosto que não me cabe aqui discorrer.

Enfim... um dos mapas que eu sempre quis ver era o da divisão político-administrativa do Distrito Federal. Outra vez, pra quem não sabe, no DF só há UM município: Brasília. Mas é subdivido em, atualmente, 30 regiões administrativas (RA's), que podem ser chamadas de cidades-satélites. Apesar deste nome ter sido abandonado pela administração quando o Cristovam era governador, justificando-se ele ser fruto e gerador de preconceitos, em termos de análise acadêmica da dinâmica espacial de Brasília, ao meu ver, faz muito sentido.

Ao longo de meu curso de geografia, encontrei em alguns documentos oficiais esboços desta carta que eu procurava mas sempre incompletos de informações e incoerentes.

Falta (ainda não encontrei) um mapa oficial do governo que defina claramente os limites de cada RA. De fato, há ainda conflitos entre as administrações regionais acerca dos seus limites, como no caso Taguatinga x Águas Claras, em que nenhuma das duas administrações quer ficar com o bairro de baixa renda, Areal.

Nas últimas férias, no mês de setembro (devido à última greve), tomei a iniciativa de produzir este tal mapa, utilizando-me dos dois mapas-esboço aos quais já tinha conhecimento e das informações dos sites das administrações regionais. Comecei por vetorizar cada RA por meio do Google Earth (ferramenta "caminho" que, para este fim, constroi polígonos). E esta é a parte longa e chata do trabalho... mas chega a hora que a gente termina de vetorizar Planaltina e tudo fica mais legal!

Findas as vetorizações de todas as RA's, os exporto como KML (ou mesmo KMZ) para o ArcGIS 9.3 que, apesar de ter infinitas outras funções (as quais eu mesmo ainda desconheço muitas), eu utilizei apenas para extrair uma carta em branco com os vetores, já em PNG.

Abro este arquivo de imagem PNG no paint, brinco de colorir, coloco as legendas, vejo se tá tudo certo e...

Voilà!
Só pra reafirmar: Este não é um mapa oficial. Como disse, foi baseado nas informações não muito confiáveis de dados do Governo Distrital (!) e, possivelmente, um futuro hipotético mapa oficial pode vir a divergir deste em algo.

O fiz por esporte, por puro prazer, pra satisfazer uma vontade minha. Outra coisa: Sou bacharelando, não bacharel, como afirmo no mapa. Mas já to me garantindo, afinal, me formo ano que vem.

Quem tiver interesse em reproduzir este mapa pela internet, o faça! Se der, lembre de dizer quem gastou tempo pra caralho pra fazê-lo, ok?!

Um abraço,
Juliano Berquó.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dia Primeiro

Olá! Faz tempo que não dou minhas caras por aqui.. venho hoje tornar pública mais uma de minhas canções.

Esta canção me veio à cabeça no dia 29 de abril (2010), véspera do dia do trabalhador, porém, terminei a letra (e gravei a música) apenas por volta do mês de agosto. Inspirado pela força do simbolismo de termos um presidente-operário discursando no dia do trabalhador, não lembro exatamente em qual evento, escrevi estes versos aproveitando para utilizar metáforas ("ontem à noite a estrela não brilhava mas amanhã virá o sol da liberdade em raios fúlgidos de amor e esperança") como forma poética de crítica ao governo do PT que, em diversos momentos nos últimos oito anos e a cada dia mais na gestão da Dilma Roussef, se mostra perverso em relação às esperanças dos trabalhadores em mudanças estruturais no Brasil e dilui cada vez mais a força daquele simbolismo. Procurei fugir do tom a que chamam de 'panfletário' e não falar dos trabalhadores de forma tão genérica, como figuras sem rosto. Logo, tentei transpor a minha realidade à canção e chamar os que me ouvirem, por ventura, à discussão e à luta.

Pode (deve) ser entendida como uma ode às 36 horas!

São duas guitarras base, uma solo no meio da música e o baixo costurando o som. Além da minha impecável voz!!!!!!!!!!!!!

Dia Primeiro by JulianoBerquo

Dia Primeiro


Hoje, a partir da meia noite,
Amanhã o dia inteiro,
É dia primeiro.
Ontem à noite a estrela não brilhava
Mas amanhã será o sol da liberdade
Em raios fúlgidos
De amor e esperança.

Hoje o dia foi de cansaço
E os galos matinais anunciavam
O apocalipse.
Mas agora a noite é de descanso
Enquanto o ranço está lá fora
À nossa espera
Com os olhos de fera.

O que se pode fazer com tão pouco?
O que se faz aqui. se faz com gosto!
O que se espera que surja de novo
Se o que está posto é o mesmo?

O que fazem todos com tantas certezas?
O que se busca com tanta pressa?
A quem interessa esta corrida incessante
Se o nosso tempo é tão curto?

Trabalhador erga sua voz
Trabalhadores somos todos nós
Trabalhador siga sua luta
Dilapidando a força bruta

“Hoje acaba uma guerra – não.
Acaba uma batalha.
A guerra vai continuar.
A guerra é destruir esse muro
que separa você das suas aspirações.
Talvez muita gente não entendeu o que eu falei aqui.
E eu to falando pro futuro.
Não to falando nem pro presente horrível que nós temos,
nem pro passado.
Eu to falando e pedindo a vocês: jovens, pensem grande.
O impossível torna-se possível se você quiser.”

(Edição sobre as Considerações Finais do candidato a presidente pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, no debate da Rede Globo, em 30/09/10)

Ontem, o mundo era um desenho
No mapa da escola
Mas agora
Eu sei que o longe
É um lugar que não existe
Ontem as letras eram tristes,
Só figuras nas folhas dos livros
Hoje fazem sentido
Porque outro mundo é possível

Serei trabalhador da educação
Assim que concluir minha graduação
Trabalhador da arte enquanto
Eu acreditar naquilo que eu canto

Juliano Berquó Camelo,
Celebrando minha filiação ao Partido Socialismo e Liberdade, PSOL-DF.

sábado, 5 de junho de 2010

Não se guarda flor no bolso


Isso não é um poema
É no mínimo um canto
no máximo um grito
no entanto, escrito.


Não se guarda flor no bolso

À Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Cristovam Buarque
e tantos outros que trabalham
e trabalharam pelo Brasil que haverá de vir.
À Universidade de Brasília, enfim.


Não se guarda flor no bolso.
É um alto risco de um alto dano
como se guardassem por baixo dos panos
a paisagem tropical, o amor..

Roubada de um canteiro desta universidade
onde a liberdade sempre mais é o anseio
Não se guarda dor no peito
Nenhuma flor no bolso.

Não se guarda o poema todo
na ponta da caneta:
ele arranha e se irrita,
faz que vai mas fica
engatilhado no átrio esquerdo

Não há tempo imperfeito
pra se lutar de coração...

Juliano Berquó.

E também, dedicado à todos nós,
os pequenos nomes, que lutam a cada dia
por uma universidade e um país melhores.


*Foto de minha autoria:
"Flor vermelha no ICC norte, UnB",
Fevereiro de 2010.

sábado, 8 de maio de 2010

Cara-de-Pau

Na cara de pau, apareço aqui agora.
Desde de fevereiro me ausento.
Não há justificativa.
A Universidade de Brasília, a minha UnB,
está em greve geral desde o dia 9 de março (terça-feira), a despeito de minhas aulas no departamento de geografia só terem paralisado formalmente na segunda-feira posterior, ainda assim.
Não há desculpa, não estou empregado em nenhuma atividade formal ou informal, não recebo nada no fim do mês, é bem verdade, nem ando sabendo o dia do mês em que estamos. Tive algumas ocupações: mudanças de domicílio, de domicílio eleitoral; o tempo livre que sobra me divido entre acompanhar o mundo ao espaço virtual, curtir meu ócio criativo, corridas vespertinas, estar com maíra, enfim. E o que mais me invade as temporas: tocar-compor-gravar!
É esta a tríade, às vezes a ordem varia mas quase sempre é a que está posta.

Logo, novamente na cara de pau, peço perdão pelo sumiço. Perdão à quem me segue, que seja, a mim mesmo por abandonar meu blog desde à epoca da prisão do Arruda! Putz.. o cara até já foi solto, porra..

Enfim.

Acho que vou votar no Psol pra presidência. Mas só acho. Ainda não me decidi. Puta falta de opção este ano!

Serra-PSDB? Nem se me arrancassem 3/4's do meu cérebro dias antes da eleição. Por motivos que de tão óbvios me furto a expôr.

Dilma-PT? Bem.. é difícil. O PT traiu a todos nós. Pessoas importantes, de fibra e respeito abandonaram o PT (Cristovam-PDT, Marina Silva-PV e até um partido inteiro, o PSOL) por seu rumo já incerto tomado há alguns anos. Vejam só: Michel Temer-PMDB vice-presidente na chapa da Dilma?! Que País é Este?!? Logo o PMDB?! O PMDB que até setembro do ano passado, ou seja, ontem, era o partido de Joaquim Roriz?! Puta que te pariu, PT!!!! O PMDB do Imperador do Maranhão?!
No plano regional, meu voto é praticamente certo para o PT na figura de Agnelo Queiroz já que a presença do já referido demônio.. digo.. Roriz na disputa (e o cara tem voto pra caralho aqui no DF) forçou todo mundo da esquerda (PT, PSB, PDT, PcdoB e mais uns aí) a se aglutinar em torno da figura do Agnelo. Ele é carismático, tem carreira, história. Mudo meu voto apenas se o PT-DF aceitar a aliança com o PMDB-DF que, já disse, até ontem era de Roriz e este ainda tem suas garras por lá.

Marina-PV? Poxa.. Ela tem uma proposta interessante de crescimento sustentável, costuma dar relevância a educação em seu discurso. Mas tenho meu pé atrás. É o PV do Gabeira, aquele fantoche carioca que no rio se abraçou ao DEM, PSDB e PPS pra não afundar na guanabara. Além de ter algo nela que me dá desconfiança. Talvez também por ter deixado o PT ano passado e entrado nessa onda duvidosa do PV. Não consigo crer.

Plínio-PSOL? Nunca tinha ouvido falar do Plínio, coitado. Pela primeira vez, foi agora no início dos arranjos dos partidos para as eleições acompanhado da notícia do racha interno do PSOL que queriam alguns Heloisa Helena e esta por sua vez queria apoiar a Marina... teve uma briga pra decidir o candidato, até acusações internas. Que seja. Pode-se dizer que um partido pequeno e que já começou o ano rachado não tem lá muitas chances no cenário sujo que se anuncia.

E acabaram as opções?!
Claro que não mas é o que a grande mídia faz por nós: o primeiro turno antecipado. As mega alianças promíscuas descritas aí em cima demonstram que é inclusive muito cômodo para os grandes partidos este papel que se presta nossa grande imprensa.

E é importante que todos estejam atentos ao papel da mídia neste ano!!! Canto a pedra e não canto sozinho. Procurem aí no twitter e na blogosfera, tem gente ligada na sujeira que já assombra.

E também, sejamos sensatos. PCO, PSTU mais uns micro-partidos de direita que lançam candidatos independentes não ganhariam eleição presidencial neste país nem se chovesse canivete de ouro.

Os cenários regionais já são mais certos: Senado, Cristovam Buarque-PDT e Rodrigo Rollember-PSB. Câmara: Reguffe-PDT. Não sei mais quem vai concorrer mas tem um pessoal interessante aqui. Espero o início oficial da campanha pra decidir de uma vez.

Acho que o título da postagem, que já chega ao fim, já tem mais sentidos do que ao início da mesma.
Acho que não sou o único cara de pau por aí não... Mas prefiro a minha cara de pau que não faz mal a ninguém.

Deixo um recado ao cenário político que se anuncia: Vão se fuder.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Fuga

Tenho fugido deste blog
como o diago foge
do rock de hoje em dia.

Pois bem, estávamos em greve, eu enquanto categoria de estudante, e os professores da minha universidade, a UnB. Os servidores ainda estão. E o caos impera.

Culpa também das horas que eu gasto no deficitário (à enesima potência) transporte público de Brasília.

Fiquem com um pequeno, humilde poemeto escrito em uma noite febril.

Fuga


Há algo em mim que é falta

Me sobra um buraco no peito

Já nenhum som me agrada

E o silêncio já não me diz nada


Há algo de viciante

No que antes era perfeito

Um dia, eu quis ser tudo

Tenho medo de hoje ser mudo


Há tempo por demais obscuro

E agora busco por noite a dentro

Subo na torre mais alta

Mas há algo em mim que é falta


Entre as nuvens há só uma estrela

E a luz vagueia pela madrugada

Há algo em mim neste dia

E não posso fugir da poesia



Juliano Berquó.

Boa noite, virtuais seguidores.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"É o demo, o demo, a demó..

É a democracia.

Democracia que me engana
na gana que tenho dela
cigana ela se revela"
(Democracia, Tom Zé, "No Jardim da Política")

Transcrevo aqui um pequeno trecho de um diálogo, inserido num discurso de Cristovam Buarque (PDT-DF), Senador pelo Distrito Federal, entre este e o Senador Epitácio Cafeteira, PTB-MA.
Para quem não é de Brasília e não acompanha a política, Cristovam Buarque é professor, primeiro reitor da UnB na redemocratização em 1985 (orgulho para todos nós!), eleito Governador do DF em 1994, tendo perdido a reeleição para Joaquim Roriz, que já havia sido nomeado, por Sarney, Governador do DF em 1988 e eleito em 1989. Roriz é uma reconhecida "raposa" política de Brasília, como é o próprio Sarney no Maranhão, o morto ACM era na Bahia etc. Inclusive, pretende com seu discurso vazio, cheio de demagogia, voltar ao GDF agora que Arruda se fudeu legal.

Com tudo o que se passa em Brasília nesses últimos meses (pode-se ler anos sem muita mudança de sentido) e com a lucidez política daquele referido, me dou a liberdade e, em verdade, publico:

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O Sr. Epitácio Cafeteira (PTB - MA) - Mas V. Exª há de reconhecer que, pelo trabalho que fez em Brasília, não poderia ter perdido eleitoralmente.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (PDT - DF) - O povo é soberano. O povo sabe como vota.

O Sr. Epitácio Cafeteira (PTB - MA) - V. Exª, sem falsa modéstia, foi um grande Governador de Brasília e de repente perdeu a eleição - existia aqui a luta - para um Senador que renunciou por um erro no Senado, que de repente chorou e o povo não se incomodou com o que aconteceu e o elegeu e o resultado está aí.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (PDT - DF) - Obrigado, Senador. É muito gentil de sua parte, mas, quando eu perdi, eu cometi os meus erros. Não foi o povo e o eleitor que cometeram os erros. Fui eu que cometi os erros, nem que fosse por não conseguir seduzi-lo para minha proposta. O povo é soberano e o povo aprende cometendo os seus erros.

- Extraído do Blog do Senador Cristovam (Cristovam convoca forças sociais para reinaugurar Brasília - 24/02/2010)

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Vê-se aí, em um resumo claríssimo, o que pode ser chamado de democracia. A tal lucidez a qual me referi, que, inclusive, dialóga bastante com a canção genial de Tom Zé.

E quando li este trecho do discurso do Senador, lembrei-me também de um pressuposto da educação (pedagogia) contemporânea, que tanto já vi em 2 anos e meio de estudo de licenciatura na UnB:

Os alunos "fracos" não o são por natureza imutável, mas sim, por seu professor, ainda que munido de conhecimento e boa vontade ao longo do processo escolar, não ter encontrado a didática certa para cada caso de aluno em dificuldade.

(Perdoem-me a falta de referências à afirmação acima. Agora, tenho preguiça! Posso passar alguma coisa depois.)

Realizei Cristovam como sendo então o professor de Brasília e, num momento específico (o qual não cabe a mim julgar, pelos meus 20 anos, não vivi nem sei ao exato o que ocorreu naquelas eleições de 98), ele perdeu a atenção de seus eleitores, por mais que a sua proposta tenha sido em uma análise mais completa, a melhor.

O próprio Cristovam disse, em entrevista ao Jornal Nacional (muitíssimo tendenciosa e injusta, diga-se de passagem, não achei link para o video) como candidato à presidência da república em 2006, que Roriz ganhou, no 2º turno e por pouco, porque prometeu um aumento ao funcionalismo público do DF que, inclusive, não ocorreu após a eleição.

Agora, em 2010, o nosso professor pede a todos os seus alunos que lutem por uma reinauguração de Brasília. A reinauguração da ética na política e nas prioridades da administração pública.
O que será que a escola de Arruda tem a dizer sobre isso?
Veremos em Outubro. Até lá, um Infinito Outubro.
Até lá, haveremos de aprender..

Juliano Berquó,
Geografia, Bachareladando/Licenciando,
Universidade de Brasília.

Obs.: O texto deve ter milhares de erros de digitação e de redação mas tá tarde e eu estou cansado. Depois eu edito o que for percebido e preciso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A José Roberto Arruda



A JOSÉ ROBERTO ARRUDA
*


José Roberto Arruda
Tua sina faz-se clara
Não bastou bancar a câmara
Pra limpar tua cara suja.

Arruda, não bastou
Superfaturar as obras do Metrô,
Teu criador** já está vindo
Devorar tua carcaça.

Arruda, as ameaças
De teus escravos aos protestantes
São apenas aditivos
À luta incessante.

José Roberto Arruda
É tua sina, teu calhorda!
Agarra-te à corda
E mergulhe ao suicídio.

José Roberto Arruda
Este foi só o início,
A aurora da justiça.

Postiça é a moral
Dos que admiram
O seu suplício.

Tua hora é agora,
José Roberto Arruda.
Pandora te reserva
Uma cela na Papuda.


Juliano Berquó.





*Faz referência à um trecho de um grande poema, "Dentro da Noite Veloz",
de Ferreira Gullar (Trecho abaixo):

"Ernesto Che Guevara
Teu fim está perto
Não basta estar certo
pra vencer a batalha.
(...)"

Claro, Arruda não é Guevara.
São dois pólos opostos.

E Juliano não é Ferreira,
são duas potências diferentes
mas, de pólos iguais.

**A referência à Joaquim Domingos Roriz não significa minha simpatia política à este. Muito pelo contrário. Este é um blog historica e declaradamente Educacionista. Também estou na batalha pela educação como motor do desenvolvimento.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Pulando o Carnaval: "Hallow Evening"

Olá madrugada,

No dia de ontem, 11 de Fevereiro, a tarde e o começo da noite anunciaram novas páginas nos futuros livros de história: o primeiro político PRESO, ainda no exercício da função.
Foi indescritível o sentimento de orgulho do povo brasiliense naquela noite e nas horas que se seguiram hoje com o indeferido Habeas Corpus ao Governador corrupto.

Foi um fato importantíssimo, pois, mostrou ao Brasil que em Brasília há sim justiça e gente esperançosa pelo bem, que luta pelo bem comum e acredita na atividade política por excelência, e que a democracia brasileira se limpa, passo em direção ao futuro.

Foi importante também para a autoestima do cidadão do Distrito Federal e ficou a sensação, a certeza de que Brasília há de ser para o seu povo.

Em Brasília, há de se concretizar a razão pela qual a mesma foi planejada, projetada e inspirada: Um exemplo de administração pública a ser seguido no país. Um motivo de orgulho e símbolo da união nacional. Uma cidade que congrega cidadãos de todos os estados do Brasil, a cara do "ser brasileiro", ainda e sempre tão em crise.

E, com isso, uma esperança mais concreta de uma mudança radical na política, em todas as esferas da República, neste ano de eleições. Tanto nos estados quanto no DF e na própria presidência da nação.

No início da noite (no fim da tarde) do dia 11 de fevereiro de 2010 o sol ardia em justiça e o povo aqui nessa terra tão pequena enchia seus corações de fluida coragem na luta pelos signos da ética. A história se escrevia pela mão de cada um que lutara e se perpetuava em códigos html, na liberdade individual que a nova era propicia.

Viva Brasília - Não é apenas um nome de empresa de ônibus da capital.

Viva Brasília, exemplo e orgulho para o país.

Viva Brasília e seu povo.

Hallow Evening
(Juliano Berquó)

Staring to the airplane
above my head
flying over the wings
of this city that belongs to me..

Staring to the sunset
on the infinity horizon
I wonder how it does
I wonder how can it be...?

And I feel kissing my skin
This cold night wind
In sky, I realize

The first star of night
Besides the moonlight
How I wish I could fly
But my weight is too high

Juliano Berquó

*Perdoem meu simple english,
a qualidade da gravação
e também meus "simple guitar solos".

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Poesia Necessária...

Devo novas postagens..
tenho muito a dizer e pouco tempo livre o suficiente pra me dedicar de alma à este espaço.

Mas...

Já fica aqui um 2010 de muitas conquistas à todos. Em 2010 e sempre.

Me despeço com um poema velho, corroído como em sal:


Poesia Necessária

Eu preciso de uns versos
Como nunca antes precisei
E já que hoje a noite
Cheira à poesia,
Faço dessa fria brisa
Aprazível e terno verso.
Eu preciso, eu confesso..

Eu preciso de uns versos
Que há muito suprimidos
E corroídos como em sal,
Vêm tapeando o narciso
Contra o espelho facetado
Do aço, o ferro a enferrujar.
Eu preciso de uns versos
Só o mar já não me basta..

Eu preciso de uns versos
Que pretendam me creditar
Que o refletido do espelho
Não é o último no mundo,
Que os desejos só são os frutos
Do hábito de estar.
Eu preciso de uns versos
Versos de amar.


Juliano Berquó